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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Esvaziando a alma


Eu não estava tão acostumada com ter tanta coisa em mente, tanta preocupação sufocando tudo, tanta inquietação agitando a alma. Era tão do meu normal forçar os meus sorrisos no dia-a-dia e nem isso eu consigo mais fazer. É triste eu não conseguir nem mais FINGIR que sou feliz. O meu sorriso não sai mais como antes, é como se a minha atuação não convencesse mais nem a mim, nem a ninguém. Passou tanto tempo, passaram-se tantas coisas, tantas dores foram se acumulando. Mas o melhor de tudo, ou digamos, a ÚNICA coisa melhor é que não anda me faltando a fé. Mesmo sabendo que pior que tá, pode ficar, a fé ainda não foi embora. Eu fico toda noite esperando (acordada) que o sol que nasça seja melhor que o último, que o dia acabe bem, que eu ache forças pra tentar a felicidade outra vez, e que dessa vez seja pra sempre. Eu nunca vi o "pra sempre" existir na vida de ninguém, e eu, no meu consciente, sei que o "pra sempre" não passa de palavras que as pessoas usam pra enganar a si mesmas de que tudo o que é bom pode e é eterno, mas como a minha fé é tão grande eu tô começando a ter esperanças nessas duas palavras. Eu me nego a admitir que eu preciso de alguém pra enfrentar os problemas junto comigo, mas na verdade isso é uma coisa muito difícil de se esconder, porque o meu coração está muito bem escondido, mas os meus olhos ficam o tempo toda a mostra, deixando os meus sentimentos vulneráveis, e como eu disse, eu não ando conseguindo atuar muito bem no meu papel de feliz. É, eu acho que a máscara cresceu e anda caindo do meu rosto, mas a pergunta é 'como eu vou admitir pra todo mundo que eu sou fraca, que os problemas conseguem me pôr lá no chão, que na verdade os sorrisos eram mentiras, como eu vou admitir?'. É difícil ver tanta gente acreditando e confiando na gente, sendo que elas acreditam em um alguém que na verdade não existe, em sentimentos e faces que são inventados, criados de uma vontade de ser de um jeito, e não sendo realmente como é. Lá fora o dia é tão bonito e quando se olha da janela se pensa que essa beleza toda muda ou move alguma coisa, algum sentimento bom dentro de mim, mas a beleza do dia não passa de uma ilusão, de uma paisagem pintada, porque a realidade é que dentro de mim chove, é nublado. Não adianta tanta cor lá fora, e aqui dentro ser só cinza, não adianta. Eu não tenho a mínima ideia do que fazer para as coisas melhorarem, nada em mente parar que os meus sorrisos voltem. Talvez o tempo, é a única coisa que realmente me faz pensar, é o único remédio que talvez cicatrize verdadeiramente feridas. Ou o tempo também seja só uma desculpa, uma ilusão de gente que mente que esqueceu, que mente que não dói mais. A verdade é que sozinho, ninguém resolve nada, sozinho não se tem solução, mas costumavam me dizer que ninguém NUNCA está completamente sozinho. Se eu não estou tão sozinha quanto eu penso, então porque essa sensação tão grande de vazio? Porque nem ao menos um sinal que me diga que tem alguém andando do meu lado, que tem alguém segurando a minha mão? Ou será que, procurando tão loucamente uma solução pra tudo, eu acabei não prestando atenção em nada? Será que eu acabei perdendo os sinais de companhia constante de vista? Ou será que nunca teve sinal nenhum? Eu tenho que me importar menos talvez com os problemas e tentar procurar sinais de solução. E falando em me 'importar' , uma vez também me disseram, que quando a gente para de se importar a gente acaba esquecendo, talvez seja um bom método pra mim. O engraçado é que agora, depois de ter escrito tudo isso, eu me sinto bem mais leve, as coisas parecem estarem pesando menos em mim... Talvez esse seja o segredo, colocar tudo pra fora quando se estiver transbordando. Da sua melhor forma. E essa é a minha melhor forma. Quando a minha alma está transbordando, as palavras saem pra fora. Isso não foi um desabafo. Eu só tava aqui, esvaziando a alma ... E nada mais. (:

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