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terça-feira, 16 de junho de 2015

Nenhum homem é uma ilha



"Nenhum homem é uma ilha". Não, infelizmente, nenhum homem é. Não somos cercados por mares, apenas por olhos marejados, cansados e tristes, vez ou outra. Somos cercados pelo cansaço, pela falta de tempo, pelos problemas do dia a dia, pelas dores e machucados que a vida teima em viver nos dando. A maioria das coisas que nos rodeia não têm nada de mar, não têm nada de azul. Não somos ilha, pois somos cercados por pessoas. Pessoas causam muito mais estrago que qualquer maremoto. São raros os dias de maré mansa que pessoas proporcionam. Quando há sentimento, carinho, afeto, todo dia é dia de tsunami, é dia de alerta pra ilha, é dia de bandeira vermelha no mar. É difícil demais o sentir. Ir pro mar, com algum (por pequeno que seja) sentimento, é ir sabendo que o barco vai afundar. Ilha... É como se fôssemos, como se tivéssemos sempre ali, prontos pra qualquer tsunami, parados, esperando a água vir, e destruir tudo um dia. Mas não somos. Nenhum homem é uma ilha, infelizmente. Ilha nenhuma sente dor.