Páginas

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Pássaro em mim


Sentei no chão do jardim, olhando as flores e pensando na vida. Fiquei olhando o verde da grama, e observando como é calma a primavera, como o céu é calmo, como a natureza embala devagar os pensamentos. A única coisa que não para aqui fora, nesse imenso colorido, são os pássaros, eles estão sempre em movimento, assim como o tempo. Eles voam até aqueles potinhos de água e ficam ali bebendo, mas as asas não param nunca. É que nem o tempo, é que nem o pensamento, precisam estar sempre em constante movimento, pra não cair. Ali, sentada, eu pensei que talvez seja como eles... Sempre em busca do infinito, assim como eles quando voam pra bem alto no céu, eu também sou assim, só não tenho asas, mas estou sempre voando longe com o meu pensamento. Ando, como eles, as vezes em bando, mas não morro de nenhuma necessidade, nem perco o encanto quando sozinha bato as minhas quase-asas. Se me prender, me engaiolar, pode até me ter, mas não vai ter a minha alma, meu coração, nem a minha mais bonita paisagem, meu lugar também é voando por aí, é extraindo de todo lugar onde eu passo, um pouquinho de cor, um pouco de amor, um pouco de beleza, mesmo na maioria das vezes, sendo essa beleza somente interior, e só aqueles que olham com atenção pras coisas simples enxerguem. Eu sou assim, colorida do meu jeito, assim como cada passarinho tem a sua cor, assim como todo passarinho possui as cores todas da natureza. E é assim que eu me encaixo, como um pássaro, livre, solta, sentindo no ar e no vento a leveza de mim mesma...